onselectstart='return false'>

Tempo Paraplégico

06 dezembro 2013

0 comentários



Fechei meus olhos e foi teu rosto que vi e fez meus olhos despertarem e eles sorriram.
A chuva cai em demasia e suas gotas são absorvidas pelo calor que inunda o ar
As linhas que se seguem me fazem entender que há um ponto crítico em todas as minhas sintaxes
Me entorpece sedosamente a firme ideia de ter certeza absurda que és minha musa...
As luzes da cidade vazia embriagada em nostalgias que cercam todo o meu ambiente
Prometi quebrar a promessa que me pus a prometer e assim o fiz.
Teu braço é meu porto seguro onde me abraço na superfície da tua pele cálida e macia.
Mas este tempo paraplégico se arrasta com dificuldades de movimentação, mas tudo segue conforme o bailar dos ponteiros e assim eu vou para que de perto meus pequenos versos sejam compostos por tu que és a unidade na minha diversidade, a minha inspiração...
E o que mais me importa é ver o teu reflexo em minha voz que soa em timbres catalisando teus sentidos nos quais me revisto com as tuas abstrações rebuscadas para que o que sinta faça sentido mesmo sem haver.
Te amo com todos os átomos do meu corpo.
As brisas camuflam o ar rarefeito que tenta impedir minha respiração, mas em ti encontro guarida, pois somente tu és meu sopro etéreo de vida.
Te descansarei sobre meus esforços nas loucuras e contradições de todos os meus paradoxos, nas cantigas ou até mesmo em uma frase sem efeito para compor em teus lábios as partituras de um beijo.
O céu enegrecido silenciosamente canta a sua canção.
E nessa melodia que se inicia vejo que és a letra que se encaixa perfeitamente para que todos saibam que em nós não há  espaço para utopias mesmo que sejam possíveis de ser alcançadas.
Vou sussurrando, segredando teu nome para as paredes do meu quarto para que fiquem registradas todas as vezes que te chamei, sei que o momento oportuno ainda há de ser, mas enquanto isso vou te desenhando, te compondo em cada letra descrita até aqui e no devir

Foi-se

19 novembro 2013

2 comentários

Foice
    Na mão e olhos bem atentos
Passos tranquilos e sorriso largo
E Maria
          Foi-se.
Virtuosamente calada e surpreendente
Andando pela calçada
Com a foice sempre armada
E Antônio foi-se.
Foi-se o sonho, foice afiada
Quando se vão não sobra mais nada.
Era dia de sol, mas o dia escureceu
Com a foice na mão ela apareceu.
Com o rosto suado e sangue em seu corpo.
Retiraram sortes das roupas do quase morto.
E foi-se...
Mas Ele voltou depois de três dias
Saiu do túmulo que não o prendia.
E mostrou-se.
Seus olhos assustados não puderam entender
Do jeito que se foi não podia viver.
Seus gestos suaves com corte s nas mãos
Olhou em seus olhos
E ela foi ao chão
Com sua foice
          Foi-se.

As Ruínas do Olimpo

02 outubro 2013

0 comentários



Estranhei o céu sem nuvens me senti um tanto desnudo sem vê-las lá no alto
Lembro de que havia formas, em sua maioria disforme, mas ainda eram elas.
Remexendo a caixa que Pandora me emprestou,  percebi que tinha algo meu ali perdido e não me dava conta da insignificância do que restava de mim ali, quem se importa? Nem eu, muito menos você.
Talvez nunca deixe de ser a pessoa mais seca que alguém conheceu ou uma pessoa complicada, até mesmo nunca deixe de ser complexado de alma assim como fui descrito, me perdoo pelo mal que me causei.
Voltei do fim só pra completar esta lacuna que tanto me incomodava pelas bordas da vida e é só de lembrar o teu riso que me inclino a rir como criança boba desejando ser o motivo das tuas frases complexas e dos teus simples sentimentos
Dê-me fotos e cores para que eu possa pintar teu rosto na tela da minha vida, desejo ver teus olhos de perto.
Melhor sermos um do que ser apenas um.
Resfolegando enquanto o sol se põe sobre meus defeitos e a noite absorve o céu sem distinção de tons, assim me desconecto de quem não me pertence e isso alivia os ombros até mesmo a alma.
No dia em que deixei meu orgulho, meus deuses morreram e meu Olimpo caiu e seus destroços serviram de barricada para que os pesares não invadissem o lar que está adornado pela graça.
Estou deixando o meu outono se apaixonar pela tua primavera e assim ser renovado com a seiva para que as folhas caídas tornem para seu local de origem.
Enquanto a noite não acaba
 Me disperso sem rimas feitas
Mesmo que construídas sem intenção
Enquanto a noite continua
Me distraio desenhando teu rosto no ar
Sem nenhuma imperfeição


Um Final Contínuo

25 setembro 2013

0 comentários

Um outro som despenca e se despedaça rachando o muro pintado com frases de esperanças.
Sozinho, vou andando entre as alamedas das cores e palavras revirando as letras desbotadas.
As paredes derretem enquanto o fogo baila sobre a vela e eu me reviro somente pra ver se vai ficar tudo bem.
Aqui estou e me questiono...
Será que está tudo tão claro nesta visão gritante que fizeram meus olhos ensurdecerem?
Deste modo me contento com lembranças futuras que se debruçam sobre cada pensamento meu e reduzem meus sonhos em ti, gostaria que fosse o certo, apenas sei que vou parafraseando meus pequenos momentos, pois quando te vi pela primeira vez, minha alma foi transportada e me deparei com as costas grudadas na parede do universo e a cada passo teu, minha respiração se multiplicava e assim fui desafiado a ficar ali parado ou me lançar para a infinitude do todo.
Tudo o que quero é me lançar...
Meus passos desejam seguir, mas Aquele ainda não deixou seu recado na porta do meu coração, talvez eu não entendi ou está tudo tão claro nesta visão gritante e meus olhos ensurdeceram.
O som despencou da tua voz e despedaçou rachando o muro pintado com meus lamentos e assim desenhei um sorriso na boca da tua tristeza, desde então ela é feliz por ser quem é e seremos da mesma forma, sendo nós ou apenas eu e você.
Mediante a estas fôrmas te canto e entendo que meus pontos dão continuidades, até mesmo este ponto final tem uma continuação. (..)


Andy Wintermoon

05 setembro 2013

1 comentários


Ela veio do sonho de seus sonhos quebradiços esparramados sobre as páginas de um livro
Quando o vento beijou as chaves que estavam na fechadura da porta da frente
Despertou-se em um lugar distante e diferente de tudo que um dia vira
Em um outono fora de tempo seus olhos manchados gostariam de observar mudanças
Seu frágil coração que lamentava pelo que dantes ocorria em sua vida já não aguentava mais
De súbito pôde enxergar entre as árvores e sobre a relva musgosa um lugar sem mácula
Com os sentimentos renovados e todos eles à flor da pele seguiu através da Floresta Carmesim
Seu rosto coberto de lama e os olhos das árvores sobre seu pequeno corpo
Diante de um espelho d'água viu como estava sua face e despiu-se da tristeza
O frio dilacerava o seu peito, mas uma chama ardia em seu coração.
Percorrendo seu caminho o qual nada conhecia no momento
De longe avistou do alto de uma colina a fumaça que surgia
E viu que no momento sentia era algo de encanto pura magia quando se encontrou

Diante dos portões dourados da antiga cidade.


Essa é uma forma singela de te presentear neste dia tão importante pra você quanto pra mim. Feliz aniversário, que o Senhor esteja contigo (assim como já está sendo) cada vez mais. Sei que é exemplo pra muitas pessoas, inclusive pra mim. Rakastan Sinua Rakkaani ♥

Coralina*

22 agosto 2013

0 comentários


O ruído dos seus passos esquecidos
Murcharam as flores e as cores destonalizaram
Sorriu com a asa postiça cujas penas serviam de trilha para voltar
Ela girou e na roda rodopiou até cansar

Com rosas e velas nas mãos seguia na novena da vida
Enquanto se esquecia da lama que sujava a sua roupa branca
Com tez enrugada cantarolava no mesmo tom que a lua canta
Dançava sobre o mar sob o sol em suas idas e vindas

Mas agora já não anda por ter um rabo de peixe
Se esgueira sob o céu dia e noite na pedra rachada
Essa simetria encucada escorre quando ela rasteja
E ao mesmo tempo lobos e homens sugam sangue
Das mulas que já não tem mais cabeça

Coralina impressa na tela na vida e no visor
Alarida velha lança lenta as preces com vigor
Versos postos maquiam rostos e saboreiam o ar
Com alaridas que já não estão tão velhas

Ela dita e grita até se cansar.

*Poema produzido especialmente para a banda Coralina 

A Gravidade Não Prende A Imaginação*

07 agosto 2013

2 comentários
                  

Peguei retalhos de frases e costurei com meus pensamentos nas páginas amareladas
Elas foram preenchendo cada lacuna com suas teorias inanimadas em constante movimento
Desci o tom, mas não desafinei.
Construí meus acordes menores
Catalisei o som sem maiores esforços
O arrepio de minha pele causado pela brisa que sacia meu rosto
É apenas um sorriso esboçado pelo vento nesta noite fria
E assim me sinto bem, mas  ela não entende como acho estranho ser feliz
E que a tristeza faz parte de mim, não que eu seja ou queira ser uma pessoa triste
Mas é algo que já me pertence e me sinto bem assim, essa pode ser a minha maneira de felicidade.
Queria me chamar Melancolia, mas já tem muitos batizados com esse nome
Daí então repeti a música e escutei o som da ambulância no vale desta cidade sorridente
Meus melhores dias não são os melhores dias, observo a solidão sobre uma paisagem desoladora e enevoada, contemplando a angustia da alma.
O importante neste cataclismo e erupções de sentimentos é que estou em paz
Uma paz que me foi presenteada sem merecimento assim como Sua graça.
Deste modo caminhei solenemente prestando atenção nos contos feridos pela tinta azul deste céu borrado pelas nuvens
Presenciei meus momentos um pouco distante de mim e me declamei pra ti como poesia viva e sem pontuação
Semeei em ti os adjetivos que tinha na manga do meu casaco desbotado e te cantei, sim cantei teu rosto em meus pensamentos.
E uma lágrima louca suicidou-se lançando-se em meu rosto para me mostrar que há vida em mim.
Diante de meus pontos não cicatrizados vi tudo desabando, a atmosfera se fechando nas palmas das minhas mãos.
Mas meus pensamentos subiam cada vez mais e assim lembrei que um dia me disseram “A gravidade não prende a imaginação”

*Créditos à Rayana Hellen por me presentear com a frase que dá nome e  finaliza este texto.


Aqui Jaz*

02 agosto 2013

0 comentários


No despontar de uma ventura cuja maré leva embalada pelos ventos ociosos
Esperança corroída pela ácida vontade de encontrar o elo desejado
Verdades postas em cheque e os pensamentos se perdem no todo
Enquanto o espelho mostra o reflexo das respostas que já estavam à vista
Sem desejar compreendê-las recitei meus versos esporadicamente
E assim cortei os pés com os cacos de vidros espalhados pelo chão
Madrugada fria com sua intensidade desmanchando meu enredo tétrico
Retirei os arranjos que cobriam as portas do meu guarda roupa
Para que as lembranças se percam para eu não me perder mais
E os olhos mareados pelo sono e a vontade de viver se fecham
O tempo corre, depressa vai longe, sem que eu possa alcançá-lo.
Assim vejo a morte de alguns sonhos meus jazidos no túmulo
Dos motivos bem sei eu, das vontades que já não eram minhas.
Dos caminhos que segui refleti com meus ares sufocantes
Que talvez ainda não reste mais nada para se esperar.


*Créditos à Rayana Hellen

Supernova

24 julho 2013

0 comentários


Pude enxergar o caos que surgia por atrás dos teus olhos, moléculas ricocheteavam sem parar.
Adentrei na nebulosa dos teus pensamentos desajeitados, um berçário de ideias comoventes que eclodiam a cada segundo.
Cambaleante cosmonauta orbitando tuas pupilas, um universo de cores e tons e brilho me mostrando as constelações que compõem teu ser.
Mas diante disso tudo infelizmente existem pessoas que perdem seu brilho tão estupidamente e se tornam um buraco negro que distorce a luz, tentam apagar o brilho alheio, por já não ter luz própria enegrecem a área em redor, é um triste fim de certas estrelas que não passam de manobristas de homens para que seu desejo composto de fel se derrame até os ermos.
E quem se importa com elas?
Apenas desejo saber onde está a margem do universo pra me deleitar no contraste desta Via.
Onomatopeias sinceras explodem das bocas e o estrondo que sai delas resulta em diversos big bang’s distorcendo o som, camuflando o tempo, recobrindo o espaço.
Meus pés caminham em tua direção, mesmo sem ar ou em queda livre para que eu possa pousar na maciez da tua pele e termos um propósito para viver em uma só cosmovisão.

No esboço do teu sorriso em forma de lua crescente me sinto tão ínfimo, mas teu rosto continuo a escalar e assim te encaro, sem reservas de oxigênio te respiro para que eu possa harmonizar teu caos em mim.

Instantes Desnudos

21 julho 2013

0 comentários



Ela toca o céu com apenas um dedo enquanto anda por um solo enlameado onde deixa as marcas dos seus passos mal dados
Elementos químicos se misturam periodicamente na tabela
Eles em conjunto contam seus átomos enquanto ela reproduz seus calos
Eliminados estão os pesares, sem sombras e nuvens o céu exposto se abre para o alivio dos seres.
Elos persistem em se quebrar com
Eloquência se despedaçam no ar
Elucidando os tantos olhos que suplicam por olhares enquanto ela emerge dos seus sonhos flutuantes paralisando os instantes desnudos dos prantos que lhe causam tormentos
Ela toca o céu
Eles contam átomos
Eliminando os pesares
Elos equilibrados
Elucidando olhares

As Letras No Espelho

14 julho 2013

0 comentários


Letras soltas caem num espelho enferrujado compondo contos não contados
Seus reflexos se estendem em uma forma espiral que envolve toda a sala
Vi seus movimentos não tardios paralisando o tempo e se desdobrando no espaço enquanto mágoas eram cantaroladas desenfreando a dissonância.
O vento assobiou vida aos ouvidos mais atentos que comungavam os versos tortos
Suspirei bem fundo e congelei o ar e com firmeza o abracei e dele fiz um origami
Minha tristeza quase entrou em depressão quando viu que escutei o assobio do vento e que a vida tomou conta de mim, mas não me importei e continuei desenvolvendo meu alfabeto romântico e saudosista.
Vi os homens plantando horizontes como se fossem árvores para aplacar a tediosa e constante ignorância sobreposta aos ombros dos meros mortais que cambaleiam e gritam suas causas sem causas.
Mas as letras continuavam belas observando meu ponto de vista sobre seus lineares reversos
E com pincéis que passeavam pela aquarela pintando com novas cores os rostos deformados pela seriedade abusiva que causavam danos às pessoas de bem lhes dando beijos e sorrisos.

As letras caíram naquele espelho enferrujado e todas as marcas desapareceram, mas não do espelho e sim do meu rosto que estava exposto e desfigurado, agora posso ver meu reflexo outra vez.

A Constelação de Ana

11 julho 2013

0 comentários


Palavras cantarolam sem parar e seu canto germina o ar
Sem pudor escancaram-se para que todos vejam e ouçam o que elas tem a dizer.
Palavras perpetuam o ser
Elas dançam
Se inclinam
Se oferecem para nós.
Um dia as palavras correram para formar uma frase
Um nome para ser exato.
Se dispuseram e arrancaram de si todos os seus aparatos
Para que seu brilho pudesse ser maior.
Ela foi feita de estrelas que resplandecem permanentemente
No momento não há nada que se assemelha ninguém em meio a toda essa gente.
Não tenho o dom da rima, essa é minha confissão.
Mas sei que ela que foi feita de estrelas, hoje é constelação.


Gotas de Palavras

02 julho 2013

0 comentários



Me dispersei ao cantarolar o respirar desta manhã
Sorridente caminhei no relento do meu ser
A luz amarela do meu sol enriqueceu o dia preparado pra mim
Meus delírios me chamaram pra brincar de roda
Solfejamos dissonantes enquanto via o céu refletido nas retinas da incoerência
Nuvens derramaram gotas de palavras
Que lavaram o meu interior
Consoantes dissiparam meu dia triste
E as vogais consertaram meu coração
O que estava em pedaços se tornou inteiro
E no meu improviso me mantive vivo
No bailar desta confusão eu dancei seguro em tua mão
Sucumbindo a cada passo teu todo meu sentido desvaneceu
Distraindo-me comigo vou contando os suspiros enquanto o planeta gira
E assim me derramo cantando teu canto nesta manhã florida


Um Poema Feito de Carol

27 junho 2013

0 comentários


As páginas dos livros cantam letras em dó maior
E frases dançam compassadamente sem cansar
Fechado, o livro se parece maior.
Mas é mais profundo quando se deseja entrar
Para ver o encanto do mundo que não está ao redor
Embriagamos os sentidos, tantos os tidos quanto os que possamos ter.
Buscando abrigo, encontramos guarida sob este sol.
Que sonolento acorda para nos aquecer
E que do sonho que sonhamos possamos viver e só
Mesmo que um dia venhamos nos esquecer
Mas ao acordarmos poderemos tentar querer
Que o mundo seja e que nós sejamos o que devemos ser, mas não só
E agora veja em cada letra a poesia derretida, a poesia aquecida
A poesia feita de Carol



Ode de despedida.

03 junho 2013

0 comentários

As sombras marcam seus rostos na parede
Pintam de negro as suas digitais
Desmancham a mancha feito musgo em pedra
Sangrando suavemente seus pulsos reais
Sublime contato em tom desafinado
Em seu desatino suspira no ar
Seu beijo tranquilo me tirou pedaço
E ainda o guardo pra não macular
Cabelos ondulam e atrapalham meu toque
Afasto do rosto, melhora a visão.
Dos olhos castanhos expostos e vivos
Suaves sorrisos dissipam e vão
Me perco em rimas e já não suporto
Procurar palavras para completar
Esse verso pobre, cansado e tardio
Que neste momento devo terminar

O Despejar De Choro Sobre Corpos Andantes

20 maio 2013

2 comentários




Casas abandonadas com cheiro de luto e suor sussurram gradativamente cantando sua dor em vão, suas paredes deformadas cansadas com o peso do tempo se desfalecem a cada sopro de vento.
Lembro que passei por esta mesma rua enquanto sorria para a lua que me convidava para um abraço, hoje ando pela mesma rua e só vejo nuvens densas encharcadas de lamúrias que não me deixam ver a poeira cósmica, estão aguardando apenas o tempo certo de despejar seu choro sobre os corpos andantes.
Ah! Tristeza da melodia na voz do sujeito que trafega todos os dias debaixo deste céu sem cor se seu canto for tão doce quanto parece ser dobre este tempo em um novo dia.
Somos míopes querendo consertar nossos próprios óculos quebrados, sou míope que não deseja utilizar estes óculos nem outros que me sejam oferecidos, apenas quero ver a olhos nus o que se passa diante de mim.
Esse cenário tétrico de perda onde os atores derramam friamente suas palavras decoradas sobre a platéia sonolenta e muda só faz querer que este espetáculo se desfaça o mais rápido possível para que o vento frio não martele meu peito como já o faz e não decore meu coração com seu romantismo sombrio.
A areia da praia molhada pelo choro espumante do mar onde banho meus pés cansados me faz deixar a marca de meus passos a cada caminhar que segue adiante dessas casas com cheiro repugnante para chegar a outro lugar mesmo debaixo dessas nuvens cinzas que insistem em me acompanhar.



Uma Crônica Fragmentada

10 maio 2013

0 comentários




As estrelas não caíram esta noite e a minha espera foi vã, me senti um pouco traído, mas foi bom ver o céu enegrecido outra vez com pontas de luzes a brilhar insinuando a minha insignificância.
Ao dormir me deparei com sonhos que me conduziam por lugares distantes, vi cores e tons entrelaçando com as dores dos homens ao verem sua identidade sendo usurpada nesta famigerada sociedade deturpada.
Enquanto componho essa crônica moderna fragmentada observo nesta era de sonhos frustrados a esperança de ver a esperança de ter a felicidade e alegria bailando juntas.
E suspiro de olhos fechados para poder tentar conter a minha falha observação nesse paradoxo que cansa meus hábitos.
A tela pintada por mãos que constrangem os olhos saboreiam a cada pincelar enquanto o vento uiva sua indignação nos quatro cantos do globo.
Mas uma chuva de satisfação me encontra quando dou meu primeiro passo e escuto tua voz suave que me leva do desencanto para a leve vontade de continuar a viver e quando nossos corpos entrarem em combustão sairemos desse sufoco para liberar calor e luz.
A cada manhã que se desprende da madrugada me faz perceber que não sou mais um em meio a tantos outros e que o que sou é exatamente o que deveria ser e é neste estágio mesmo que longínquo um dia habitarei sem depender de status ou reconhecimento o que importa é poder me enxergar nas tuas pupilas castanhas  e recitar a poesia que tu és.

Os Gritos do Silêncio

01 maio 2013

0 comentários



Procurei diversas fontes de inspiração e trilhas sonoras para compor meus versos nesta noite vazia 
Mas nenhuma delas se encaixaram perfeitamente na engrenagem das minhas palavras e decidi escutar os gritos do silêncio
Revisei meus passos de maneira bem informal e vi o quanto caminhei até aqui, cambaleando firme e sapateando na cara da vida.
Meus poemas que não necessitam de opiniões e criticas se intercalam com a sonora passarada neste meu amanhecer.
Fazendo com que a melodia afinada se expresse do mais profundo de sua essência acalantando os olhos e sentidos de quem os observa
E assim me faz saber que  restam fôlegos e suspiros que ainda não saíram de dentro de mim e que meu ser é algo que devo ser.
Por falar em passos, quando observo o teu caminhar vejo em cada passo a fraqueza de Aquiles em teu calcanhar.
As sombras somem, desesperadamente o teu cantar explode dentro de mim me deixando mudo e sem reação.
Somente o que posso fazer é sentar-me quieto diante do caos harmonizante que sai dos tons dos teus lábios
E me aprofundo deixando a tua superfície para trás para que eu te conheça mais e me reconheça até.
Diversas vezes já tentei desconstruir meus delírios em formato literário, mas a inversão dos valores me obrigou a manter a loucura em dia
Para que eu possa entender de forma coerente o que se passa nas avenidas ensolaradas desta cidade bipolar.
Mas enquanto o encanto não está perdido, canto o meu canto, mesmo desafinado e assim caminhando calmo sigo em frente sem que eu deixe a pressa me impedir de observar o pôr do sol em um dia qualquer.

18 abril 2013

0 comentários


Eu devo falar ? Devo me dar ao desfrute de... Eu devo estar louca!*
Eu devo ouvir?
Se ele chamar o meu nome, eu devo ir?
E se eu sangrar,
quem será o responsável por limpar toda a mancha? E se estiver chovendo, 
e se eu estiver pra baixo... Se eu nos afogar nesta chuva...
Acho que essa noite não estou sã
Acho que estou louca!
E se meu corpo se deleitar em dezenas de incertezas, será que há o lugar certo pra poder ir?
Mas se tudo isso for mero senso do ridículo onde me visto feito palhaço com medo de sorrir?
Será que importa qual andar devo descer e qual porta devo bater pra conseguir uma ajuda real?
Ou meu sonho se realiza de forma descabida se tornando desproporcional?
E quem sabe essa loucura que te toma nesta noite quente com resíduos de uma tarde ociosa te chame pra dançar uma valsa sem pestanejar, aceitarias tu ser conduzida pelo corredor com inúmeras placas mostrando a saída pra não sentir a dor?
Acho que esta na hora de confessar as ações de tua boca em minha mente... Devo dizer que essa dança acaba com a pressão de tua respiração ofegante sobre minha pele e começa quando você termina o mais perto que o possível de mim... O que ganho com isso?
Porque deveria dançar? Isso é quando eu cedo, é quando eu perco pra você
Não ouviu minhas confissões narradas nas entrelinhas de cada frase composta fora do tom?
Por mais mudas que fossem gritaram consoantes e vogais, silabas inteiras ao pé do teu ouvido.
Mas ao chegar perto de tua pele teus poros me impelem tirando-me o ar
E há em mim a coragem de chegar bem mais perto de onde eu queria estar, mesmo que eu perca a hora, mesmo correndo o risco de não mais respirar
E teu ceder que me faz enlouquecer, te faz se perder em mim, além de perder pra mim?
Batimentos acelerados, cores... Eu estou sendo tão corajosa. Porque mesmo com medo eu estou me perdendo pra você. De repente as coisas mudam de alguma forma, um passo mais perto... Eu estou indo pra você, por mim, pra existir o melhor de dois... Cada respiração, você na minha frente, e eu, o tempo todo caminhando pra isso... Ei, olha só, um passo a mais... Sou eu mais perto de você
Sem pressa no caminhar, apenas deixa teus pés flutuar sobre o chão, sim, vem sem medo que te mostro a direção
Tuas mãos tão perto de mim, que se encaixam tão feroz em meus dedos, deixando as articulações se movimentarem com intensidade.
Sinto o teu respirar, escuto teus batimentos, me pinto em tuas cores e depressa te arranco o medo.
Encaro o teu olhar que me tira a distração que o mundo pode impor esse sou eu perto de você, esse sou eu querendo te ter.
E por mais que eu queria não querer, é impossível tentar entender porque te chamo.
Teu nome, teus olhos, tua boca, tua voz vai me hipnotizando a cada passo que eu e você nos tornamos nós.
É meu desejo todo dia te ter, é o que preciso pra continuar a viver, mesmo com delírios que procuram oportunidades pra me importunar, é em teus lábios que minha boca vai descansar.
Fecha os teus olhos,
escuta minha voz, ela é o meu disfarce, eu já estou aqui,
eu estou ao seu lado...
É, meu amor, o mundo não tornará a ser o mesmo, e, amor, é só tu o responsável

*Escrito juntamente com Lêh Sanctus

Enquadro em Delírios!*

13 abril 2013

0 comentários

Noite rara que arrebata minha alma e me traz a calma
E essa calma amanhece a minha alma,
Noite rara que arrebata minha alma e me traz a calma
E essa calma amanhece a minha alma,meus motivos se alojam sob meu cobertor que me aquece, me abriga e obriga a fugir de toda dor, de toda lembrança, daquele nosso quase amor,
Um "quase" que poderia ser completo se não houvessem as variáveis de outros versos
Que de tao inversos deu numa inteira metade, numa quase verdade, num amor..
Que pode ser estendido por toda eternidade, sem meias verdades ultrapassando a capacidade de amar
Que não passa de uma imensa vontade de condicionar felicidade, um a terceira perna que que ta uma errada estabilidade, essas aspas gigantes que se poe antes e depois de si..
Deixar esta sensibilidade que te quer em minha realidade saborear todos aqueles ares que ainda estão por vir
Vai descobrir que existir pra outro é desistir de si, e saboreando o gosto vai perceber que o quanto é amargo pra ti, e só pra ti
E do amargo renascer o que é de fato na inconstância daqueles passos ensopados pela chuva derradeira, sem lugar pra se abrigar ou se esconder muito menos uma lareira pra aquecer.
É quando eu vou anoitecer,É quando penso em te ter.
Mas eu logo volto a mim, e ai percebo que a chuva passou, que eu já posso ir..
Que já devo ir
Sem olhar pra trás, até não querer mais, deixando apenas os resquícios do brilho do teu riso, mas ainda com o desejo de experimentar teu beijo.
Eu revogando tudo isso, pergunto, digo: que brilho? O meu sorriso amarelo já tão gasto, tão perdido, tu vai embora, levando o meu mais bonito, aquele que usava, que tu me deu,
Eu sei que ainda não foi dito que o brilho guardei aqui comigo e ele não foi esquecido,apenas mantido seguro para que sem pressa possa te devolver quando você amanhecer.
Nesta pausa dramática em que te encontro tão ávida interrompendo minhas vogais enquanto falo de amor.
Sinônimo de dor, porque todo amor é assim, dói demais e chega ao fim.

Em Parceria com Lêh Sanctus*

Alma Em Luto*

31 março 2013

0 comentários

Na penumbra de uma noite escura, escrevo meus poemas.
Iluminado apenas, por uma nesga luz das bruxuleantes velas.
Chamas que dançam na cadência de uma triste melodia, inaudível para mim, mas que sinto verberar em meu vazio interior.
As perolas de dor caem pesadamente sobre o papel.
Meu eterno amor foi arrebatada nas asas negras do Anjo da Morte,
Sua beleza decompõe-se na escuridão úmida de um túmulo.
Mergulho no mar de minhas memórias e reencontro minha amada...
Lembro-me de seu olhar... Olhos verdes como a superfície de um lago profundo onde guarda segredos submersos.
Cabelos negros como as penas do corvo...
Tez branca como a neve onde exalava o cheiro de campos floridos.
Lembro-me de sua divina nudez iluminada pela chamas da lareira que vinham beijar seu lascivo corpo.
A maciez e o gosto de seus lábios ao tocar aos meus...
Recordo-me de seus últimos momento, quando segurei em meus
braços, e vi em seu olhar o desespero e a dor... E de suas últimas sussurrantes palavras:
“Meu amor... Não te afliges... Estarei despertando do sono, mas estarei te esperando pelo teu despertar.”
Seu olhar ficou sereno como se o peso da existência tinha abandonado seu débil corpo... Seus olhos perderam o brilho. Um fio escarlate escorreu de seus lábios...E a morte tomou em suas mãos.
Submergi de minhas lembranças com o grito que ecoou na fria escuridão.
Corri deseeperadamente pela floresta escura,
a gélida chuva fustigava-me, e escorria pelo meu rosto misturando-se as lágrimas.
Deparei-me diante da ecura lápide do túmulo de minha amada onde estava escupida seu nome em dura e fria caligrafia: Aredhel.
Ao lado da lápide minha espada fincada no barro, enferrujava através do tempo, o luto arrancou-me a vontade de lutar.
Prostei-me pelo peso da dor e sussurrei na escuridão...:
"A morte não é ponto final, e sim, uma reticências de uma eternidade...um dia te reecontrarei face-a-face. "
E a noite continuou escura, fria e chuvosa...


*Poema de Aslam Sanctus