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Uma Ultima Canção.

20 dezembro 2014

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Na penumbra das minhas palavras que não desejam ser lembradas pelo que representam há cores sem tons e no semblante dos que se perderam no caminho existe uma gota de esperança que teima em não se desprender dos seus peitos mornos.
Eu sabia que dentro desta vida há uma vida ainda maior, mas por um momento esqueci os passos da dança e apenas observei sentado em um canto do salão, apenas escutava a Música.
Um dia me peguei sendo guiado e me senti constrangido, sério, foi surreal. Continua sendo, continuamente sou.
Não entendia como mesmo eu sendo um complexo hipócrita defeituoso e inquieto contraditório em demasia seria abatido por algo que tanto desejava e não sabia onde buscar, mas no meio de tanta confusão histérica de gritos da alma, de choros e lamúrias fui achado e consequentemente fui e tenho sido amado.
Na penumbra da minha alma que não deseja ser exposta pelo que representa há dores sem fins e no semblante Daquele que me encontrou e me colocou no Caminho existe um oceano de esperanço que teimo me afogar com meu corpo quente. Eu sei que estarei lá e de volta outra vez.

Eu sabia que dentro de mim a vida ainda maior há, e por nenhum outro momento esquecerei dos novos passos que a Música me ensinou, me rendi ao que se mostrou de fato e verdade e assim pude entender que quando o Kairos invadiu o Cronos a graça inundou a humanidade.

Os Pontos das Cicatrizes

09 outubro 2014

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Respiro para tentar me sentir um pouco mais vivo anexando as frases numéricas que oscilam neste ar.
Meus olhos marejados sem escamas sob a cor da lua vermelha refletem as chances de sair daqui. Pelo menos por alguns instantes. Não há quem ligue os pontos das cicatrizes que deixei quando pisei na esperança que estava deitada no chão do banheiro. Somos sobreviventes seres viventes.
Te vi curando o silêncio enquanto despedaçava a eternidade com teus olhos, foi assim que percebi que sem ti não há sentido, sem ti dor há.
Certo dia meus heróis morreram numa batalha de egos que foi travada entre si, pedaços destes egos foram plastificados e estão sendo vendidos em qualquer esquina dentro de uma embalagem mal feita.
Enquanto escrevo bocejos sem inspiração assim me lembro das frases que ecoavam de tua boca, só desejo que eu e você sejamos nós, nós fortes que durem até o fim deste tempo sem tempo.
Quando eu cair no sono e sonhar contigo em forma de desenhos perpendiculares espero que nossos lábios se toquem como a melodia se derrama nos ouvidos da plateia como uma torrente impetuosa. A Calma vem tão calma e macia rasgando minha impaciência de alto a baixo, deixo a ampulheta vazia para quem deseja perder seu tempo com futilidades. Recordo.
Dizem por aí que às vezes é melhor levar um tiro na cabeça pra poder acordar de algumas situações. Fui alvejado, ao ler tua voz inocente cheia de segurança como alguém que tivesse vivido meu sono.
Pianos dedilhados derretem-se na avenida fazendo com que os pés escorregassem nas notas tônicas, mas os tons mudavam conforme o sentimento dos transeuntes, alguns dançaram com sua sombra na parede, sorridentes e felizes, outros desandaram em demasia em sua valsa torta.

Findo o dia sabendo que o dia ainda não findou-se, sem palavras ensaiadas nesta manhã sonolenta sigo firme acreditando que o pior chegou, mas que o perfeito encontra-se aqui desde antes da existência da existência e é neste acorde que me seguro, é este acorde que me acorda, é esta canção que ouvi na casa de onde vim que desejo escutar mais uma vez.

Dedicatória

06 setembro 2014

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Estalei os dedos ouvindo o relógio correr seus segundos rapidamente, o telefone que emudeci deixou os contatos falando suas peripécias sem importâncias ao longe dos meus ouvidos.
Sim, já não me importo.
Sei que mesmo rodeados por diversas pessoas, nós jogamos o jogo as solidão, cada um sentado num canto para ver quem primeiro vence o sofrimento.
Observo aqueles que com crise de identidade pendem-se aos cartórios da vida, mudam-se as cédulas, mas persistem os sintomas da busca de ser quem não são.
Estamos em uma guerra tão fria que não nos enfrentamos, nem ao menos verificamos se nosso oponente (que somos nós) se movimenta.
Uma luta vã.
Me pergunto se naquela sala barulhenta meu coração de fato ouvirá as batidas dos teus passos em direção à porta da minha vida, digo isto por que podem até acreditar que eu seja uma fraude, mas sou um traficante de letras esboçando no bolso ou na bolsa os valores que foram perdidos.
Parágrafo. O Texto segue.
Digo que mesmo aqueles que te (me) tem por perto não  valorizam, ainda existem tantos outros que me (te) querem e desejam, sem pestanejar não se limitam em si mesmos.
Dedico esta canção ao quebrado
Dedico esta canção ao caído
Dedico também ao esquecido
Dedico a mim e a ti.
Dediquemo-nos

E por fim para comemorar esta trama de embaraços que por um momento me corrói (de fato sim) e também para que os parênteses deem lugares às reticências em nossas vidas ergamos as taças em nossas mãos e...

Abóboda Estrelada

26 agosto 2014

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O dia mal começou e a vida já se encontra deteriorada.
Os pedaços dos pedaços dos pedaços me dão licença poética pra aquecer minhas mãos na chama do isqueiro e me livrar desse frio que tenta abater meu coração.
O semblante solta-se do rosto mesmo ter passado cola no meu pretérito perfeito.
Observei tantas observações rascunhadas nas orelhas de livros não lidos e então me peguei pensando em uma análise reflexiva sobre a doença de existir e a necessidade de morrer. E o desânimo bate à porta.
Enquanto vivia uma semana com seus fins chorosos me lembrei das lições que recebi desde sempre daquele aniversariante que não pude abraçar, pois já não mais é.
A música para.
Palmas.
O concerto continua sem ponto
As paredes dançam e o teto teima em cair como céu sobre minha cabeça e eu não me dou o luxo de manter muito a mente aberta para não correr o risco que meu cérebro despenque.
Assim vou utilizando de preposições quando me vejo de mãos dadas comigo descendo as escadas e me vejo num mundo paralelo que não deveria existir mais, porém me inclino e acrescento uma virgula nesses pensamentos e me embriago nas vias sonoras da filosofia do teu corpo.
Estava tentando encaixar as frases com precisão para que não tropecem enquanto caminham sobre estes asfaltos literários sufocantes dilaceradores de retinas.
Toda via leva a um rumo um tanto especifico e o que aprendi nesta andança sem ritmo foi que não preciso conjugar o Verbo, apenas amá-lo assim como Ele o fez comigo desde antes de eu vir a ser.
Todavia me disponho em descartar todas aquelas vozes cheias de palavras mudas para pintar estrelas na abóboda de tua boca e escutar a chuva em bom tom devido às acústicas da tua fala que impregnam meus ouvidos lamuriosos.

O que me fortalece é este peso de felicidade que carrego sobre os ombros enquanto a valsa é tocada e atravesso o salão sem prestar atenção nos bailarinos para que não me esqueça do quanto devo continuar sendo aquele que continuo sendo.

Solidão dos Campos

25 julho 2014

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Senti um frio de solidão dos campos até o horário de acordar para ver as entregas das manchetes de jornal.
Vi três gigantes morrerem na mesma semana que meu domingo se esvaia.
Vi o encanto de um sorriso majestoso sem permissão de entrega e acho graça daqueles que se sentem, mas não deixam os outros seres apenas serem, são como uma fagulha que destrói os campos sadios de alguns corações.
Rostos tristes se enquadravam acima do último parágrafo em que a rima se desprendia para dar espaço a vogais consonantais.
Os gritos se desfazem e assim me sinto como um homem de isopor que exemplifica e questiona a equação da queda onde o número calculista lhe persegue friamente.
A sua razão cai e desintegra os olhos.
Eu aqui perdido no castanho das tuas pupílas descansando meus sonhos sobre tua pele, tua derme dorme.
Sobre minha reflexão ao som do tom menor de uma escala percebo que alguns números são tão racionais que esquecem que os outros têm sentimentos.
Apenas ouço o silêncio.
De leve brota em mim uma vontade chorosa de aliviar teus pesares nessa chuva que vejo descer naquela janela.

Sombrio descanso que repele a sujeira das paredes permeiam a calma que reside em mim e assim me concentro em tua boca que me cala para que eu possa encerrar minha fala.

Sonhos Perdidos

14 junho 2014

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Sorrateiramente me esquivo do sono e sento à beira do caminho em mais um desencontro
Sem cores na aquarela, discorro em tons pastéis pintando nuvens, desenhando céus de bocas
Silencio os sermões desnecessários carrancudos e indisciplinados
Sombras e luz em contrastes com brilhos tontos
Sigo em frente e revisito o cemitério dos meus sonhos
Me deixo ir! Me permito chegar a este lugar e chegando lá me perco em minhas memórias.
 Eu vejo todo o cenário, mesmo com dor no olhar. Eu tento voltar,
Mas... Caramba! Qual o caminho, afinal, a trilhar? Sinto que estou longe da minha fé,
Embora esteja perto dos meus sonhos... Todos perdidos!
Perdidos em um labirinto em que me coloquei um tanto por vontade própria
Desnudando meus pesares que antes eram minha fortaleza
E sei, sim ainda sei que as pegadas deixadas no chão ainda podem ser encontradas.
Mesmo me sentindo vagando no vácuo deste limbo  existencial
Tento me acalmar, pois ainda tenho pés para caminhar até o meu final.
 Tentar ser feliz outra vez e recomeçar, pensar: "Não acabou",
Seguir, mesmo com a dor daquilo que foi sonhado, que não concretizou.
Concreto tanto pode ser substantivo que designa ser acessível aos sentidos
Quanto designar a areia, o cimento, a água e o cascalho que não foram usados por ti,
 Metaforicamente falando, para concreto tornar os sonhos teus que, de tão abstratos,
Só e existiram no domínio das ideias que nunca saíram de ti...
E são tão gramaticamente falhos que nem mesmo teu vocabulário consegue distinguir o que realmente são
Olhando por esse prisma um tanto decadente, podemos ver que aquilo que sentes é tudo que não queria sentir.
Mas com preposições posicionadas fora da tangente me ponho a crer que tua alma teme
E se não teme ainda não entende que o sonho tende a concretizar-se ainda no por vir.

E que ha de se dizer desse buraco entre o que é e o que será entre o que há e o que há de vir, entre prever esse por vir?

Escrito em parceria com Lêh Sanctus 

Fetos Consumados

22 maio 2014

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(para meu sobrinho que se foi antes de chegar.)

O ultimo acorde foi dado e assim a música cessou seu balançar. A dança acabou.
O ultimo ficou acordado para que o silêncio estivesse em segurança após o tumultuoso e apagasse a luz que não foi dada.
A quimera desvaneceu na aurora do tempo em que havia sentidos e hoje apenas sem tidos permanecem corações despedaçados que arriscaram seus prantos tantos lamuriosos
Eu que praticava suicídios semanais desafinei a corda que segurava meu pescoço há dias já não posso mais fazer meus exercícios.
Tu que já nasceste póstumo e me fez descartar lembranças de algo que ainda havia de ser e me recordo ainda das memórias futuras que desde já pretendo esquecer.
Sei que o que foi feito pode vir num momento oportuno, onde sei que não mais tu, porém outro além de ti será conosco e não será apenas um rosto, mas uma identidade concreta que com afeição histérica consolará esta perda.
Mas ainda assim sorrio, pois o Dono das Perfeitas Vontades equilibra meu universo não deixando nenhuma estrela cair nem mesmo uma lágrima descer do céu.

Um novo acorde em tom diferente será tocado para que a dança renove os fetos e os fatos sejam consumados.

O Caos Reparado

17 março 2014

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A chuva alagou a caixa de papelão onde guardava meus anseios, era branca e desbotou ainda mais, ela se desfez quando toquei seu lado esquerdo e eles, os anseios, navegaram pela correnteza abaixo.
Guardei várias frases de impacto, mas meu bolso furado fez com que as letras viajassem sob as folhas caídas no outono precoce desta minha vida um tanto desengonçada, mas deixarei que elas enfeitem suas guirlandas no natal.
A solidão assola, mas sei que não sou um individuo isolado como se fosse uma partícula segregada do Todo, ou até mesmo um átomo divorciado do universo assim como pensava outrora nas outras estações antes de chegar e sentar neste vagão vazio.
A saudade me chamou pelo nome, como se fosse uma amiga intima, não dei importância ao seu chamado e segui adiante caminhando pelo cateto oposto. A vida nem sempre é exata.
No término deste dia ou na alvorada do que está por vir sei que caminharemos juntos mesmo não estando juntos e a alegria que está preparada no amanhecer da eternidade pairará sobre nossas cabeças, mas a esperança divinal se acalanta em nossos peitos me arrancando suspiros.
A melodia do frio com a letra que o vento compôs sobre a alameda desta terra soa como os versos cheios de pretensões da lua invernal e diante de todas as afirmações e reflexões que de mão dadas tentam sobrepor-se ao advento manifestado da minha poesia camuflada questiono...Como poderá harmonizar um caos que já está reparado?