Letras soltas caem num espelho
enferrujado compondo contos não contados
Seus reflexos se estendem em uma
forma espiral que envolve toda a sala
Vi seus movimentos não tardios
paralisando o tempo e se desdobrando no espaço enquanto mágoas eram cantaroladas
desenfreando a dissonância.
O vento assobiou vida aos ouvidos
mais atentos que comungavam os versos tortos
Suspirei bem fundo e congelei o
ar e com firmeza o abracei e dele fiz um origami
Minha tristeza quase entrou em
depressão quando viu que escutei o assobio do vento e que a vida tomou conta de
mim, mas não me importei e continuei desenvolvendo meu alfabeto romântico e
saudosista.
Vi os homens plantando horizontes
como se fossem árvores para aplacar a tediosa e constante ignorância sobreposta
aos ombros dos meros mortais que cambaleiam e gritam suas causas sem causas.
Mas as letras continuavam belas
observando meu ponto de vista sobre seus lineares reversos
E com pincéis que passeavam pela
aquarela pintando com novas cores os rostos deformados pela seriedade abusiva
que causavam danos às pessoas de bem lhes dando beijos e sorrisos.
As letras caíram naquele espelho
enferrujado e todas as marcas desapareceram, mas não do espelho e sim do meu
rosto que estava exposto e desfigurado, agora posso ver meu reflexo outra vez.
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