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Fetos Consumados

22 maio 2014

1 comentários

(para meu sobrinho que se foi antes de chegar.)

O ultimo acorde foi dado e assim a música cessou seu balançar. A dança acabou.
O ultimo ficou acordado para que o silêncio estivesse em segurança após o tumultuoso e apagasse a luz que não foi dada.
A quimera desvaneceu na aurora do tempo em que havia sentidos e hoje apenas sem tidos permanecem corações despedaçados que arriscaram seus prantos tantos lamuriosos
Eu que praticava suicídios semanais desafinei a corda que segurava meu pescoço há dias já não posso mais fazer meus exercícios.
Tu que já nasceste póstumo e me fez descartar lembranças de algo que ainda havia de ser e me recordo ainda das memórias futuras que desde já pretendo esquecer.
Sei que o que foi feito pode vir num momento oportuno, onde sei que não mais tu, porém outro além de ti será conosco e não será apenas um rosto, mas uma identidade concreta que com afeição histérica consolará esta perda.
Mas ainda assim sorrio, pois o Dono das Perfeitas Vontades equilibra meu universo não deixando nenhuma estrela cair nem mesmo uma lágrima descer do céu.

Um novo acorde em tom diferente será tocado para que a dança renove os fetos e os fatos sejam consumados.