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Alma Em Luto*

31 março 2013


Na penumbra de uma noite escura, escrevo meus poemas.
Iluminado apenas, por uma nesga luz das bruxuleantes velas.
Chamas que dançam na cadência de uma triste melodia, inaudível para mim, mas que sinto verberar em meu vazio interior.
As perolas de dor caem pesadamente sobre o papel.
Meu eterno amor foi arrebatada nas asas negras do Anjo da Morte,
Sua beleza decompõe-se na escuridão úmida de um túmulo.
Mergulho no mar de minhas memórias e reencontro minha amada...
Lembro-me de seu olhar... Olhos verdes como a superfície de um lago profundo onde guarda segredos submersos.
Cabelos negros como as penas do corvo...
Tez branca como a neve onde exalava o cheiro de campos floridos.
Lembro-me de sua divina nudez iluminada pela chamas da lareira que vinham beijar seu lascivo corpo.
A maciez e o gosto de seus lábios ao tocar aos meus...
Recordo-me de seus últimos momento, quando segurei em meus
braços, e vi em seu olhar o desespero e a dor... E de suas últimas sussurrantes palavras:
“Meu amor... Não te afliges... Estarei despertando do sono, mas estarei te esperando pelo teu despertar.”
Seu olhar ficou sereno como se o peso da existência tinha abandonado seu débil corpo... Seus olhos perderam o brilho. Um fio escarlate escorreu de seus lábios...E a morte tomou em suas mãos.
Submergi de minhas lembranças com o grito que ecoou na fria escuridão.
Corri deseeperadamente pela floresta escura,
a gélida chuva fustigava-me, e escorria pelo meu rosto misturando-se as lágrimas.
Deparei-me diante da ecura lápide do túmulo de minha amada onde estava escupida seu nome em dura e fria caligrafia: Aredhel.
Ao lado da lápide minha espada fincada no barro, enferrujava através do tempo, o luto arrancou-me a vontade de lutar.
Prostei-me pelo peso da dor e sussurrei na escuridão...:
"A morte não é ponto final, e sim, uma reticências de uma eternidade...um dia te reecontrarei face-a-face. "
E a noite continuou escura, fria e chuvosa...


*Poema de Aslam Sanctus

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