O preto e o branco se confundiram em uma metamorfose que foi
difícil entender que há um novo começo nestas cores.
Sobre meus ombros tirei o peso do mundo e sem cansar
caminhei até o alto da colina pra me encontrar novamente.
Tive a sensação de que me atrasei mais uma vez, infelizmente
não foi apenas uma sensação, houve atraso de minha parte e novamente
arrependido me escondo atrás de um sorriso sem graça.
De volta, passei por uns caminhos que me trouxeram boas
lembranças as quais estavam guardadas pra um momento especial e assim joguei
todas as minhas cartas na mesa, sentei no banco pintado de azul e observei o
nascer do sol que iluminou a minha cidade que foi construída com o suor de
minhas letras e frases combinadas com a cor das nuvens que dançam, que formam
formas sem precedentes no meu céu anil.
Nesta minha reflexão absurda de paradigmas destruídos pelos
ventos do meu sopro leve, percebi o quanto nós somos frágeis e nos apegamos
facilmente na pedra mais próxima para não cairmos no abismo e quando já estamos
a salvos não agradecemos o apoio proposto, apenas seguimos adiante e não
olhamos pra trás. E quem nos julgou tão bons ouvintes com abraços confortantes se
afastou sem um aviso prévio e sou daqueles que não corre atrás dos passos que
se foram. Nunca desejei, mas todos são livres para ir embora.
E nesta reflexão abusiva cheia de mim e outrem, cheia de
curvas soltas e paradoxos flutuantes, um pensamento distante me encara e com o
susto fico imóvel e ele fala pra mim o que há muito eu já sabia, porém por
estar muito ocupado não entendia sua mensagem que dizia:
“Incrível que algumas de nossas declarações mais calorosas
que foram esculpidas em pedra são cobertas pela poeira do tempo. Assim como
tudo que é sólido pode ser desmanchado no ar, os sentimentos gasosos podem ser
exalados e perdem a sua essência e consequentemente são esquecidos dentro do
baú de carne.”
E com esta formação de idéias me perco em mim pra aprender a
soltar e deixar partir, não mais me apegar em momentos de distração onde sou
apenas uma fuga de uma consequente solidão
0 comentários:
Postar um comentário