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(In)*

17 dezembro 2012






Soou o clarim e ninguém acordou quando o galo cantou pela terceira vez, apenas ouvi os passos pela sala vazia.
Revirei-me entre meus lençóis e nada ainda entendi sobre os lances de luzes jorrados pelo meu telhado
Sequei meus pensamentos e de uma coisa estou bem certo, não desejo ser apenas um numero para compor uma estatística qualquer que não me traz definição alguma
E posso afirmar que um pouco de boa revolta não faz mal a ninguém.
Cansei meus passos e escrevi no mural da desesperança que havia no saguão pintado de azul-esverdeado.
Coloquei minhas frases com minha ortografia desafinada naquelas linhas tortas e encontrei um caminho que me mostra uma porta entreaberta onde estou tentado a seguir.
Seguir para que um novo horizonte se encaixe perfeitamente em meu pôr do sol,apenas sei que não desejo sentir falta de nada e ninguém,apesar de sentir falta e esta falta de falta me falta tanto.
Nada ainda me prende (mas gostaria que prendesse) aqui por entre estas ruas escuras, mas acho melhor apressar meus passos para que eu venha descansar em breve, mas não há aqui um desespero itinerante, apenas duas coisas que desejo e a balança pende mais para que eu possa pôr meu mundo na mala e seguir em frente.
(In) felizmente meus tons serão reduzidos aqui para que meus acordes possam ser ouvidos em outro lugar



*Imagem por Carolli Márol

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