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Na Moldura da Janela

12 dezembro 2012




Parecia algo superficial, mas os cortes eram profundos do que se podiam ver, seus traços serpenteavam os braços cansados e sobrecarregados de culpas que exalavam pelo seu pequeno paraíso perdido.
Fui ao seu encontro e me senti perdido, afinal, quem não se chocaria ao ver tal cena?
Naquele momento acalmei meu coração que batia tão feroz a ponto de sentir dores no peito... Caminhei.
Nesta rota que fiz, percebi que estou vivendo uma contagem regressiva e quando dei por mim me assustei e tive uma leve sensação de desencanto e ao mesmo tempo de sossego, realmente a vida me tem aprontado algumas surpresas ao longo do meu caminho.
Meus devaneios soltos que comentei com alguns ouvidos que estavam à disposição de minha fala desletrada, sei que ainda há uma decisão a tomar durante este tempo que me persegue no sentido contrário dos meus passos.
Quando sentei ao seu lado decorei seus ombros com meu braço direito e disse que tudo ficaria bem e que aqueles cortes se tornariam cicatrizes e estas ao serem vistas serviriam pra lhe mostrar quem realmente era. Ela simplesmente sorriu um sorriso brando, mas feliz que viu segurança em se expor de forma tão espontânea e serena e eu apenas olhei em seus olhos e esqueci do meu curto tempo que corria constantemente contra mim e lhe disse: Que seja escrito o réquiem das minhas letras, que seja feito o funeral das minhas frases, que seja cantada a nênia das minhas palavras se o amanhã não aparecer,mesmo que em tons cinzentos na moldura da janela do teu quarto.Mais um sorriso e  um abraço apertado.

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