Sorrateiramente me esquivo do sono e sento à beira do
caminho em mais um desencontro
Sem cores na aquarela, discorro em tons pastéis pintando
nuvens, desenhando céus de bocas
Silencio os sermões desnecessários carrancudos e
indisciplinados
Sombras e luz em contrastes com brilhos tontos
Sigo em frente e revisito o cemitério dos meus sonhos
Me deixo ir! Me permito chegar a este lugar e chegando lá me
perco em minhas memórias.
Eu vejo todo o
cenário, mesmo com dor no olhar. Eu tento voltar,
Mas... Caramba! Qual o caminho, afinal, a trilhar? Sinto que
estou longe da minha fé,
Embora esteja perto dos meus sonhos... Todos perdidos!
Perdidos em um labirinto em que me coloquei um tanto por
vontade própria
Desnudando meus pesares que antes eram minha fortaleza
E sei, sim ainda sei que as pegadas deixadas no chão ainda
podem ser encontradas.
Mesmo me sentindo vagando no vácuo deste limbo existencial
Tento me acalmar, pois ainda tenho pés para caminhar até o
meu final.
Tentar ser feliz
outra vez e recomeçar, pensar: "Não acabou",
Seguir, mesmo com a dor daquilo que foi sonhado, que não
concretizou.
Concreto tanto pode ser substantivo que designa ser
acessível aos sentidos
Quanto designar a areia, o cimento, a água e o cascalho que
não foram usados por ti,
Metaforicamente
falando, para concreto tornar os sonhos teus que, de tão abstratos,
Só e existiram no domínio das ideias que nunca saíram de
ti...
E são tão gramaticamente falhos que nem mesmo teu
vocabulário consegue distinguir o que realmente são
Olhando por esse prisma um tanto decadente, podemos ver que
aquilo que sentes é tudo que não queria sentir.
Mas com preposições posicionadas fora da tangente me ponho a
crer que tua alma teme
E se não teme ainda não entende que o sonho tende a concretizar-se
ainda no por vir.
E que ha de se dizer desse buraco entre o que é e o que será
entre o que há e o que há de vir, entre prever esse por vir?
Escrito em parceria com Lêh Sanctus
0 comentários:
Postar um comentário