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O Despejar De Choro Sobre Corpos Andantes

20 maio 2013





Casas abandonadas com cheiro de luto e suor sussurram gradativamente cantando sua dor em vão, suas paredes deformadas cansadas com o peso do tempo se desfalecem a cada sopro de vento.
Lembro que passei por esta mesma rua enquanto sorria para a lua que me convidava para um abraço, hoje ando pela mesma rua e só vejo nuvens densas encharcadas de lamúrias que não me deixam ver a poeira cósmica, estão aguardando apenas o tempo certo de despejar seu choro sobre os corpos andantes.
Ah! Tristeza da melodia na voz do sujeito que trafega todos os dias debaixo deste céu sem cor se seu canto for tão doce quanto parece ser dobre este tempo em um novo dia.
Somos míopes querendo consertar nossos próprios óculos quebrados, sou míope que não deseja utilizar estes óculos nem outros que me sejam oferecidos, apenas quero ver a olhos nus o que se passa diante de mim.
Esse cenário tétrico de perda onde os atores derramam friamente suas palavras decoradas sobre a platéia sonolenta e muda só faz querer que este espetáculo se desfaça o mais rápido possível para que o vento frio não martele meu peito como já o faz e não decore meu coração com seu romantismo sombrio.
A areia da praia molhada pelo choro espumante do mar onde banho meus pés cansados me faz deixar a marca de meus passos a cada caminhar que segue adiante dessas casas com cheiro repugnante para chegar a outro lugar mesmo debaixo dessas nuvens cinzas que insistem em me acompanhar.



2 comentários:

Unknown disse...

amei esse post... :DD

Unknown disse...

Que bom Val.Momentos de exposição rsrs