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A Gravidade Não Prende A Imaginação*

07 agosto 2013

                  

Peguei retalhos de frases e costurei com meus pensamentos nas páginas amareladas
Elas foram preenchendo cada lacuna com suas teorias inanimadas em constante movimento
Desci o tom, mas não desafinei.
Construí meus acordes menores
Catalisei o som sem maiores esforços
O arrepio de minha pele causado pela brisa que sacia meu rosto
É apenas um sorriso esboçado pelo vento nesta noite fria
E assim me sinto bem, mas  ela não entende como acho estranho ser feliz
E que a tristeza faz parte de mim, não que eu seja ou queira ser uma pessoa triste
Mas é algo que já me pertence e me sinto bem assim, essa pode ser a minha maneira de felicidade.
Queria me chamar Melancolia, mas já tem muitos batizados com esse nome
Daí então repeti a música e escutei o som da ambulância no vale desta cidade sorridente
Meus melhores dias não são os melhores dias, observo a solidão sobre uma paisagem desoladora e enevoada, contemplando a angustia da alma.
O importante neste cataclismo e erupções de sentimentos é que estou em paz
Uma paz que me foi presenteada sem merecimento assim como Sua graça.
Deste modo caminhei solenemente prestando atenção nos contos feridos pela tinta azul deste céu borrado pelas nuvens
Presenciei meus momentos um pouco distante de mim e me declamei pra ti como poesia viva e sem pontuação
Semeei em ti os adjetivos que tinha na manga do meu casaco desbotado e te cantei, sim cantei teu rosto em meus pensamentos.
E uma lágrima louca suicidou-se lançando-se em meu rosto para me mostrar que há vida em mim.
Diante de meus pontos não cicatrizados vi tudo desabando, a atmosfera se fechando nas palmas das minhas mãos.
Mas meus pensamentos subiam cada vez mais e assim lembrei que um dia me disseram “A gravidade não prende a imaginação”

*Créditos à Rayana Hellen por me presentear com a frase que dá nome e  finaliza este texto.


2 comentários:

Unknown disse...

taí, gostei :D

bjs, Guto

Unknown disse...

Brigado Val!