Ela colocou todos os seus sonhos em um vaso de barro
e o pôs em cima da estante, mas este caiu e tudo
esparramou-se pelo chão
Num segmento arcaico vão enfeitando todas as matrizes
e o som do alarido e das trombetas fazem do ar um monumento invisível.
Como as sombras se encostam no trono das árvores
assim este estranho sono que me incomoda deita-se sobre
as pálpebras que cercam meus olhos
Meu coração bate de forma tão plausível que minhas cordas vocais
entraram em sincronia com o martelo do meu ouvido
depois de ter passado tanto tempo esperando para ouvir
aquela mulher me dizer que ali não era o meu lugar
E com os passos largos e embaraçados sinto-lhes informar
que aqui se findam estas simples concordâncias gramaticais
que fogem ao controle de minhas mãos
Mas o que espero é que haja mais uma primavera quando
a cidade acordar no próximo amanhecer.
*Texto batizado por Kelman Oliveira