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Meu Pedaço De Universo

10 abril 2015


As ideias catalisaram-se no instante em que meus olhos se abriram nesta manhã cinza e caótica. Elas dançaram entre as nuvens cheias de si, elas pairavam sobre seus saltos, elas caiam em constante fervor em forma de chuva.
O gotejar dos passos dados nas calçadas molhadas quase me fizeram despencar em uma rampa com cimento ressecado, meus pés quase se quebraram e meus dedos em breve se fragmentarão de tanto seguir as pegadas desbotadas.
Tenho um pedaço do universo no meu quintal, mas não é um mero pedaço, é a melhor parte, nele posso enxergar a mínima partícula do todo que envolve os corações em construção.
Não me importo em me importar com o que é importante, não me interesso em estar interessado no que é desinteressante e não desejo aquilo que não me é desejável, apenas vivo e isso já tá de bom tamanho.
Os parágrafos complexos que tentam cabular meus dedos terminaram seu trabalho e então deixo que as virgulas continuem com seu fardo durante a pausa obrigatória neste sinal vermelho cor de sangue azul.
Delírios deletados deslizam deliberadamente.
A cada dia que teus questionamentos estiverem sem resposta, lá estarei eu para compartilhar tuas duvidas e até mesmo me empenhar em sinceridade derreter as perguntas para que não te tornem frágil, mas como toda preposição é cheia de conduta simplificada, me exercito nas tuas pupilas que me engrandece e nos fios dos teus cabelos cacheados que faço de trapézio para viver a vida perigosamente.
Acorde os acordes das notas intactas. Carregue o fardo leve. Corra sem precisar desistir. Sonhe sem necessidade de que haja sonolência em teus olhos dormentes.
Depois desta pausa proposital, penso em apenas finalizar todo processo que se seguiu até aqui, mas é importante frisar que minhas letras continuam no Caminho, mesmo que minhas canetas e lápis estiverem gastos, mesmo cambaleando no sentido dos marasmos cotidianos.



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