O relógio caminha depressa
forçado pelo tempo que persiste em seguir, as horas se desintegram, os
ponteiros pendurados em si mesmos não se cansam em decifrar como a vida é
passageira.
O sopro que perturba meus olhos
persiste em querer me levar pra longe assim posso perceber que não é isso que
faz mover meus passos, mesmo fraco, com insanidade à beira da loucura corro os
altos picos pra ver se há horizonte aqui.
Me movo nessa mutação perpetua e
essa transmutação me fortalece a cada raio de sol mesmo com todo o alarde da
multidão que não se consola com o suor do seu corpo.
Tenho a certeza que
sobreviveremos entre trancos e barrancos e corações despedaçados pelos cantos e
não sinto saudades daquele tempo bobo cheio de incoerências, morrer pode ser
bom.
O amor é movimento e a força está
contida nele, e é este que faz com que a humanidade seja humanizada a cada
passar de segundos, a cada outono que reflete nas folhas caídas.
E assim me reciclo para que os
pontos sejam fechados e as cicatrizes sejam visíveis para quando eu encostar a
ponta do dedo me lembrar do que eu era e o que me tornei.
Quando o verde sobressair
novamente verei que já não sou mais um cadáver inerte que possuía um ruído
profano, sou um corpo vital que foi sacralizado pelo silêncio.
Sou um ser que é, sou feito de
mim na imensidão do todo catalisando o que há;
Sou movimento que retrocede pra
prosseguir, alguém em constante mutação para que não pare meus batimentos
cardíacos, a inércia pode petrificar o coração.
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