As coisas se moveram do lugar e
os móveis já estão todos envelhecendo, paredes tortas com pintura descascada
mostra que um dia havia vida ali.
As noites se distanciaram do seu
lar e as estrelas estão perdendo seu brilho, rotas universicas fora do radar exploradas por ninguém.
As voltas dadas sem parar, não
fizeram com que o tempo parasse e continuássemos os mesmos, estamos debaixo de
um padrão perpendicular, corpos em degelo.
Às de copas sobre a mesa mostra o
blefe sem pudor ou distinção, carapuças vestidas como peças a rigor num baile
de máscaras sem rostos ou olhares quentes.
As notas tocadas na harmonia
causada por dissonantes discussões que não mostram fundamentos ou tons que não
refletem estações.
As milhares de cores apagadas que
um dia estavam em minhas mãos, se tornam escuras, apagadas assim como o estado
atual do meu coração.
As portas outrora fechadas,
madeira ou vidro não importam como são, já não existem, apenas fachadas, placas
mortas dão a direção.
As quintas quentes de um verão
sem precedentes me mostram a hora que devo acordar, sem rimas sem versos ainda
contentes não há um sorriso que possa esboçar.
As tristes comédias de um
trovador que antes cantava sem necessidade de se esconder, agora não mostram
nem mesmo o rancor que um dia havia em seu tardio ser.
As balas perdidas no ar rarefeito
destroem o corpo já quase desfeito divago devagar devaneiamente entrelaçando os
contornos das palmas da minha mão.
As perdas que vi, vivi e senti já não sei mais o que esperar, só sei que é triste ter que sucumbir e desfalecer até me entregar.
As perdas que vi, vivi e senti já não sei mais o que esperar, só sei que é triste ter que sucumbir e desfalecer até me entregar.
As frases distintas que até aqui
escrevi não são relativas ou mesmo sem noção, são compostas do que observo, são
pólvoras queimadas sem explosão, são falácias perdidas em tempo e espaço
somente pra descontrair um desabafo de um teto caído em ruínas, pedaços de
perdas vividas que vieram ao chão.