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Olhos Quebrados

28 janeiro 2011

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Hoje as palavras desapareceram e apenas seguro a pena em minhas mãos
E a tinta se derrama sobre os papéis em minha mesa onde meu coração se encontra
Em meio à bagunça com letras e notas desconsertadas e acordes desafinados
Mas ainda assim sigo em frente com pensamentos eloqüentes e desnorteados
Pois perdi minha bússola quando ela me falou àquelas palavras que meus ouvidos
Gostariam que se apartassem deles.
Então respiro fundo e tento reanimar a alma partida pela dor sentida e atraída
Com meus olhos quebrados diante das telas pitadas com tintas de cabelo
Vejo esta cidade morta nas cartas não enviadas e mensagens transviadas
E então fecho os olhos para tentar entender esta vida cheia de sentidos controversos
Pelo menos isso me trouxe a inspiração que faltava mesmo não sendo a que eu esperava
Nesse labirinto exposto com portas secretas onde nenhuma placa diz: “saída”
Caminho como um nobre que perdeu sua nobreza como um rei que não vive sua realeza
Sem rimas perceptivas e com cores desbotadas no rosto do palhaço maquiado
Então desdobro o origami nesta linha horizontal para não ser tão exato
E exausto com os sonhos na bagagem vou deixando as malas em cada estação
Mas como minha avó um dia me disse: ”Agora pense em você”, provavelmente seguirei este conselho sábio e com o pensamento em Deus editarei mais um capítulo de tudo isso que vivo e agora com essas poucas linhas que me restam tentarei nada mais explicar
Pois não quero fazer tanto esforço pra lembrar pra depois tentar esquecer





Realidade*

21 janeiro 2011

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(Ao som de Pedro The Lion)


A brisa que vem de lá de fora toca a tela magnetizada
E eu estou aqui, olhando diretamente pra essa paisagem de pixels
Meus olhos foram manchados pela aurora bureau e nem assim me dei conta que havia um eclipse
Estou me alimentando de salmos e provérbios, saindo do mundo dos átomos para o dos bytes e conexões
Hoje no ônibus vi o casal apaixonado e lembrei-me da segunda pessoa do plural, mas logo coloquei o dedo na tomada da vida e tomei um choque de realidade e descobri que apenas existe a primeira do singular coberta de adjetivos e pronomes subversivos
Meus dedos cansados e desconsertados pelas palavras distorcidas me fazem caminhar pelas estradas de safiras e as cortinas brancas estão todas suspensas como se o espetáculo estivesse no seu ato principal, mas era apenas uma visão passageira de um sonho imaculado que não lembrava mais.
Porém todas as curvas exatas ainda não foram calculadas, até minha equação fugiu quando viu meus esquemas matemáticos e a pintura do quadro se desmanchou da sua moldura e a água se espalhou por todo o quarto
Minhas pálpebras tentam descansar, mas não posso deitá-las neste momento, pois o sono está apenas de passagem, mas voltará na próxima noite
Eu poderia escrever meu próprio réquiem? Porém cantá-lo seria impossível
Meus ombros pesados pelo cansaço diário e tragédia noturna tentam desmanchar-se
Mas a esperança é a ultima que morre então ficarei um pouco mais nesse meu trono
Buscando algo que já encontrei, porém não possuo ainda
Mas no contexto de tudo que foi ou não dito nestas palavras acima e aquilo que ronda meus pensamentos flutuantes mesmo que não seja interessante vale a pena refletir
Pois só queria tocar um acorde dissonante  para um cantor desafinado com uma melodia desconcertante para um público desinteressado


*Poema batizado por Tatiane Souza e a menina da imagem é em sua homenagem.

R.I.P.- Reinventando Impossibilidades Paradoxais

11 janeiro 2011

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Hoje meu dia acordou meio desajeitado com uma luz florescente que emanava do sol
Mas nem percebi tanta bagunça diária pois estava profundamente desligado dos momentos menos importantes
Não tinha tantas palavras para descrever todas coisas acontecidas nesses dias de contagem regressiva
Chamei meu eu-lírico para me ajudar nas palavras mas quando ele soube do que se tratava
Saiu correndo e quando foi atravessar a rua foi atropelado pelo carro que estava na contramão
Meus pensamentos fluem de uma forma triste e insignificante para tantos
Mas são nessas horas que vejo que meu futuro não está escrito nas peças de dominó
Eu desejava algo para mim nesses dias mas meu Motorista desviou meu caminho
E não pude passear pela alameda das flores de tom cinza-azulado 
Lembro de quando pensávamos em dançar pela floresta até que nossos pés se quebrassem
Eu na minha tentativa meio vã,queria atravessar de vez esse vale
Mas eu preciso de uma ambulância pois levei os piores dos golpes
E nesta cidade que sorri tão descaradamente com lábios falsos e convicentes
Eu nego todos os seus interesses e sigo pela marginal
Hoje descobri porque as cebolas fazem as pessoas chorar
Isso acontece por que elas emitem a sua tristeza que influencia tanto
Em seu emocional e assim as lágrimas caem do terraço de nossos olhos
E eu estou quase deixando de ser este tempero (Quem lê entenda)
Eu odeio casamentos,digo não todos os casamentos
Mas somente aqueles que fazem a vida das pessoas (e a minha) se desmoronar
E se você que ler isto e souber e alguém te perguntar porque estou dizendo isto
Por favor não comente nada com a pessoa ao lado.
Estou decididamente triste e amanhã será um dos piores dias das minhas
Quase bodas de prata com a vida...
Mas a pior parte é que terei que levar minha cota de sorrisos falsos comigo
Pois se alguém perguntar: "Está tudo bem?"
Eu responder: "Tudo sim"
Mas por dentro estará tudo tenso,trágico,catastrófico,apocalíptico e todos os seus sinônimos
Agora avançarei com minha equação de teorias nada científicas pelo portão 
E dobrarei a esquina da tangente e então me despedirei aqui como faço
No lugar onde a arroba é a tecla mais importante que existe
"Estou saindo, não sei porque,um tipo de turbulência lá fora e não posso resistir ao chamado,ouço uma sirene, devo estar atrasado, fogo cintila numa barricada
Uma parte do sabor derrete em meu cérebro enquanto assisto à polícia se desdobrar
E eu admiro"
Aqui jaz um coração que sangra continuamente pelo caminho tortuoso,que sorri de forma aleatória e que enxerga com os olhos da alma. † R.I.P.




Veni Domine

09 janeiro 2011

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Aquele foi um dia diferente o céu chorava lágrimas de lamento
E o sol nem sorriu de vergonha se escondeu atrás das nuvens cinzas
Eu não estava lá mas posso ouvir o grito da multidão que agonizava
E suas vozes bailando no ar sufocante
Aquelas faces distorcidas pela ira 
Dies irae
Aqueles olhares fulminantes que pareciam como flechas atiradas
E quando vi teu rosto a tristeza me restaurou em pedaços
Todas aqueles corações de estátuas pálidas murmurando canções fúnebres
Em um tom desafinado mas agradando toda a massa
Mas não agradando a Ti, Libera eis Domine
Não lavastes meus pés com águas mas inundaste meu coração com teu sangue precioso
E aquelas imagens que rodopiam em minha mente me fazem querer chorar
Um choro infinito que não posso suportar
Mas agradecido estou por ter me dado vida,a verdadeira Vida
Pone altaria tua hoc loco Vita carens vita mortem

Erga teu altar aqui neste b
erço de vida sem vida, nesta morte inanimada

Requiem,Kyrie...
E neste momento que vives em glórias eu suplico com a alma dobrada diante de Ti
Veni Domine