Hoje as palavras desapareceram e apenas seguro a pena em minhas mãos
E a tinta se derrama sobre os papéis em minha mesa onde meu coração se encontra
Em meio à bagunça com letras e notas desconsertadas e acordes desafinados
Mas ainda assim sigo em frente com pensamentos eloqüentes e desnorteados
Pois perdi minha bússola quando ela me falou àquelas palavras que meus ouvidos
Gostariam que se apartassem deles.
Então respiro fundo e tento reanimar a alma partida pela dor sentida e atraída
Com meus olhos quebrados diante das telas pitadas com tintas de cabelo
Vejo esta cidade morta nas cartas não enviadas e mensagens transviadas
E então fecho os olhos para tentar entender esta vida cheia de sentidos controversos
Pelo menos isso me trouxe a inspiração que faltava mesmo não sendo a que eu esperava
Nesse labirinto exposto com portas secretas onde nenhuma placa diz: “saída”
Caminho como um nobre que perdeu sua nobreza como um rei que não vive sua realeza
Sem rimas perceptivas e com cores desbotadas no rosto do palhaço maquiado
Então desdobro o origami nesta linha horizontal para não ser tão exato
E exausto com os sonhos na bagagem vou deixando as malas em cada estação
Mas como minha avó um dia me disse: ”Agora pense em você”, provavelmente seguirei este conselho sábio e com o pensamento em Deus editarei mais um capítulo de tudo isso que vivo e agora com essas poucas linhas que me restam tentarei nada mais explicar
Pois não quero fazer tanto esforço pra lembrar pra depois tentar esquecer