Os batimentos já não aceleram mais,perdi o folego quando corri todas essas léguas.
A estrada já não é a mesma,as flores murcharam pela falta de chuva,
mas o céu continua cinza mostrando sua beleza fadada.
Estou rastejando,procurando meu horizonte,mas meu caminho está cheio de pedras,mas eu não sou Drummond e não posso escrever um poema sobre elas.
A vida desata todos os nós e os laços se desfazem, sem pedir licença ela arranca os diamantes que há muito estavam em suas mãos e só te resta poeira entre os dedos.
E eu aqui pendurado de cabeça para baixo no meio deste caos enquanto erupções ocorrem na pele da minha mão esquerda.
Estes paragrafos que retornam eternamente em tua mente um pouco espaçosa te trazem constantes lembranças imortais,talvez a saudade de algo que não aconteceu ou de alguém que jamais te pertenceu.
Sorrisos,só risos,somente eles que refutam minha pragmática alegoria de sentimentos presentes nesta pauta.
E sinceramente não sei mais o que pode ocupar o espaço em branco desta folha quase amarelada pelo tempo tardio.
Não sinto o alívio que costumava sentir,não me esforço mais para sentir,apenas ouço o eco das vozes que cantam em tom menor.
Gostaria que a chuva banhasse nossas almas cálidas e que afastasse essa pedra de tropeço do tamanho da muralha da China.
Ah!Passos que consomem a sola de meus sapatos gastos.
Tortura de fantoches saboreando meu período solitário debaixo deste teto,hoje sinto o peso do céu sobre minhas costas,mas eu não sou o Atlas e não consigo levar o peso do mundo com sutileza e suavidade.
Para ser claro,não me ponho a escrever tudo isto aqui para poder provar nada a ninguém,nem mesmo mostrar meus supostos dramas,apenas digo o que sinto nesta noite fria,calma e com constantes brilhos de estrelas,mas entendo,cada um tem um ponto de vista diferente e não culparia ninguém por isto.
Como adoraria que os dias fossem como os girassóis,que a vida não nos atormentasse com toda sua surpresa e covardia,que fossemos apenas nós.
Mas o medo é que causa toda essa separação,talvez o medo de perder algo que está pra receber ou algo que nunca teve.
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