Os pedaços dos
pedaços
dos pedaços
me dão
licença
poética
pra aquecer minhas mãos na chama do isqueiro e me livrar desse frio
que tenta abater meu coração.
O semblante solta-se
do rosto mesmo ter passado cola no meu pretérito perfeito.
Observei tantas
observações
rascunhadas nas orelhas de livros não lidos e então me peguei pensando em uma análise
reflexiva sobre a doença de existir e a necessidade de morrer. E o desânimo
bate à
porta.
Enquanto vivia uma
semana com seus fins chorosos me lembrei das lições que recebi desde sempre daquele
aniversariante que não pude abraçar, pois já não mais é.
A música
para.
Palmas.
O concerto continua
sem ponto
As paredes dançam e o
teto teima em cair como céu sobre minha cabeça e eu não me dou
o luxo de manter muito a mente aberta para não correr o risco que meu cérebro despenque.
Assim vou utilizando de
preposições
quando me vejo de mãos dadas comigo descendo as escadas e me vejo
num mundo paralelo que não deveria existir mais, porém me
inclino e acrescento uma virgula nesses pensamentos e me embriago nas vias
sonoras da filosofia do teu corpo.
Estava tentando
encaixar as frases com precisão para que não tropecem enquanto caminham sobre estes
asfaltos literários sufocantes dilaceradores de retinas.
Toda via leva a um
rumo um tanto especifico e o que aprendi nesta andança sem
ritmo foi que não preciso conjugar o Verbo, apenas amá-lo
assim como Ele o fez comigo desde antes de eu vir a ser.
Todavia me disponho em
descartar todas aquelas vozes cheias de palavras mudas para pintar estrelas na abóboda de
tua boca e escutar a chuva em bom tom devido às acústicas da tua fala que impregnam meus ouvidos
lamuriosos.
O que me fortalece é este
peso de felicidade que carrego sobre os ombros enquanto a valsa é tocada
e atravesso o salão sem prestar atenção nos
bailarinos para que não me esqueça do quanto devo continuar sendo aquele que
continuo sendo.