onselectstart='return false'>

Castelos

05 novembro 2010

3 comentários





Respirei fundo e comecei a pensar e meus pensamentos me levaram longe
como numa viagem atemporal e sem sair do lugar
Vi rosas cinzentas cultivadas em estradas de asfalto
e paralelepípedos paralelamente paralelos
Vi a noite vazia na qual descrevo e escrevo estas palavras
Senti a solidão bater na porta do meu peito
Visualizei frases ainda não formadas e criei letras uniformes
Mesmo assim o que falta na bagagem não são as lágrimas e nem os sorrisos
Pois estes já caminham comigo desde sempre
Eu sinto falta de uma falta e esta falta que sinto me faz procurar por entre os galhos quebrados
da árvore que está caída no chão
Minhas asas de bronze pesaram e se chocaram com uma nuvem
e dela saiu a chuva que banhou o litoral
Vi imagens e fotografias emolduradas na estante
E senti calafrio quando o sol aqueceu a terra
Essas palavras alteradas não deveriam estar nesta folha branca
Mas o sono perdeu o horário e me disse que chegaria um pouco atrasado hoje
E o que me conforta são todas as horas passadas junto à ti
E o que me sustenta não são as formas em espiral das colinas
Mas um romantismo que se estende além do céu
E eu paro e olho pra trás e espero o sol brilhar e o dia amanhecer
para ver e sentir o teu sorriso outra vez
E se me perguntarem se tudo isso vale a pena
eu direi que os castelos que foram construídos acima das nuvens
não necessitam de regras de arquitetura e que os que acreditam
naquilo que dizem são dignos de minha desconfiança incerta.
E direi também que isso tudo que foi dito aqui
está acima da compreensão de um leigo como eu
que com as próprias palavras (escritas ou não) entra em debate consigo mesmo.