A chuva cai e o vento balança as roupas que estão no varal
Enquanto os pássaros se alimentam para passar o tempo
Vejo invenções e transformações e acordes variados constantemente
Esse frio que queima a pele toca o coração e o faz ferver mais uma vez
E já se passam das dezesseis horas, mas isso em apenas alguns lugares
Mas mesmo assim vejo o mesmo caminho que outrora segui
E esta é a única razão de me sentir em segurança
Nestas linhas que estão meus gritos e anseios são apenas gestos reprimidos
Que não se pode falar para qualquer pessoa, mas para os que cantam com a alma
E a melhor coisa é que não me sinto ignorado aqui, pois cansei de respostas não dadas
Às minhas questões referidas em um momento transversal
Gostaria de fazer uma crônica, mas as criticas superariam o tom azulado de meus pensamentos
Vejo esses movimentos vazios que antes eram tão inspirados e também todas estas desesperadas tentativas de reavivar a chama sem o fogo
Então não me arriscaria em tentar não ser resgatado por filosofias soltas na brisa que anda sobre o mar.
Meus sussurros exclamam e questionam, meus olhos ardem e lacrimejam e o sol se esconde vergonhoso atrás das nuvens cinza deste céu neon.
E não me importo com línguas e sorrisos falsos que se utilizam de pequenas falhas para seu próprio sustento maculado
E mesmo que as portas se tranquem e as luzes se acendam neste cômodo eu sei que a alvorada não deixará de existir e nem que as gotas de orvalho deixarão de brotar nas rosas de outono então ficarei aqui sentado em minha cadeira prateada vivenciando momentos e silenciando os rumores que não me interessam mais.